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Contos e Encontros Anormais

Contos e Encontros Anormais - Capítulo IX



A aparição, como sempre, flutuava incessantemente. Seus cabelos balançavam como se não houvesse gravidade, num misto de horror e fascínio. Agora com mais atenção, o pequeno conselho reparou que os lábios da aparição estavam como que colados. Os olhos, brancos como neve, pulsavam num brilho fosco na direção do grupo. Foi então que viram a boca da garota começar a se abrir, com os lábios sendo puxados e descolados enquanto um sangue muito escuro escorria da boca da criatura. Assim que a boca abriu-se o suficiente, um fenomenal grito ecoou pelo pátio do segundo andar do Bloco 2, fazendo com que o pequeno grupo levasse as mãos aos ouvidos para tentar suportar o barulho descomunal. 

Miranda, a detetive; Dilma, a diretora; Danilo, o coordenador; Eduardo, um professor; Heitor, um simples aluno metido em grandes problemas. O diversificado grupo estava agora no chão, com os tímpanos prestes a explodir enquanto a criatura jazia a cinco metros deles. Então, tudo parou. O grito desapareceu junto com a criatura, enquanto alunos começavam a sair das salas. Numa olhada para o relógio na parede, Heitor viu que era meio-dia. 

Quase um dia se passou desde que a professora de química havia se acidentado e caído da janela do Bloco 2, levando-a ao hospital. Quanto a professora Cíntia, esta agora passava bem depois do susto, com o diagnóstico de alucinação por estresse agudo.

Os alunos, vendo o grupo no chão, correu para ajudá-los a se erguerem. 

-V-vocês n-não viram aquilo?! - Perguntou Dilma, assustada e em prantos.

-Aquilo o que diretora? Não tem nada ali. - Disse uma garota baixa, de cabelos compridos, ondulados e pretos, que ajudava a diretora a se recompor. 

-Ai meu Deus, que dor de cabeça! Maldição, que merda foi aquela? Heitor, o que é isso? - Esbravejou Miranda, enquanto se apoiava numa mesa próxima para se levantar. 

-É ela! A aparição é a garota! Ela matou os pais!

-Do que esse louco ta falando? - Disse um garoto que estava na rodinha formada para ajudar o grupo de Heitor a se levantar.

-Não interessa. Obrigado pela ajuda, vão almoçar que aqui não tem nada pra ver. - Dessa vez, o tom de Miranda era tão superior e autoritário que imediatamente os alunos se dispersaram, assim como os boatos do ocorrido. 

-Eu sei o que fazer. Eu vi no... eu vi... no livro... - A voz, visão e audição foram sumindo aos poucos de Heitor, até que o mundo se fechou para ele e o desmaio foi inevitável, tamanho choque do acontecimento. 

Heitor acordou pouco tempo depois deitado na carteira de uma das salas do Bloco 2, porém não abriu os olhos. Pessoas estavam na mesma sala, e ficou ouvindo o que estavam falando. 

-É perigoso demais. Isso não pode ir mais longe do que já foi. Nunca imaginei que chegaria a esse ponto, não era pra ser assim. Gastamos fortunas naquela maldita obra dos infernos para achar o Trai Rubinus e nada! Apenas o que conseguimos foi morte e desespero. Iremos abortar imediatamente. - A voz era de Dilma, mas era impossível dizer com precisão. A cabeça de Heitor era pura dor e confusão.

-E perder milhões? Dilma, não podemos autorizar isso. É simplesmente jogar quase um ano de trabalho e dinheiro no lixo! Fizemos de tudo para disfarçar: atrasamos a obra, fizemos uma arquitetura moderna, até programa de paisagismo e plantio de árvores fizemos para encobrir todo o esquema. Isso não pode simplesmente parar. - Uma voz masculina desconhecida disse.

-Então me diz, Gilberto, como faremos para continuar com isso? Uma professora morreu no laboratório de informática, outra caiu de uma janela e provavelmente está tetraplégica, enquanto sua auxiliar desmaiou e está de licença por "alucinações causadas por estresse agudo". Me perdoe, mas isso não pode prosseguir. - Disse Dilma. 

Heitor não sabia quem era Gilberto, mas continuou prestando atenção. 

-Eu digo que devemos olhar naquele maldito livro que o garoto achou. Estudo Aprofundado de Parapsicologia e Paranormalidade, esse é o nome se bem me lembro. Eu dei uma folheada, parece que há algumas explicações sobre paranormalidade, fantasmas, demônios e outros fenômenos. Que tal pesquisarmos por profanação? - Disse Danilo, o coordenador. A consciência voltava lentamente a Heitor, possibilitando que reconhecesse as vozes do local.

-Não profanamos nada. O terreno é nosso, não podemos parar só por que...

-Olhe o que você está falando, Gilberto! Nós tomamos isso aqui de fazendeiros, nada é nosso! Se o que o livro diz estiver correto, profanamos este solo! - Disse Dilma.

-Não interessa. Não iremos parar. Falem com o garoto e descubram como parar com tudo isso. Não irei mais admitir essas aparições, muito menos vidros explodindo, laboratórios sendo arrombados ou qualquer outra morte! Usem o garoto se preciso for, mas parem com isso, e é uma ordem. E não digam nada sobre a operação para o garoto. Voltarei pra minha sala, me avisem quando conseguirem alguma coisa.

Gilberto saiu da sala deixando um clima tenso para todos. Dilma e Danilo estavam encostado à mesa da sala de aula, pensativos e com uma cara tensa. Assim que Heitor teve certeza que o tal Gilberto havia saído, abriu os olhos e se levantou lentamente. 

-Ah, finalmente a bela adormecida acordou. Uma hora e meia hein. - Disse Danilo.

-Por que ninguém veio me buscar?

-Não podemos nem iremos chamar sua mãe para isso, Heitor. O que vai dizer? Que desmaiou por que viu um fantasma? Patético! Liguei para sua mãe e disse que você teve um mal estar mas já estava melhor. Invente uma história decente e contorne esse problema. Ah, e tome aqui. - A diretora deu um pedaço de chocolate para o garoto. - Coma e se sentirá melhor. 

-Quem era Gilberto? De que operação ele falava? O que vocês fizeram? - Disse Heitor, angustiado.

Danilo e a diretora se olharam por alguns segundos, até que o coordenador deu a primeira palavra.

-Você estava ouvindo tudo? Por que não acordou? Diacho, você não podia ter ouvido nada daquilo! 

-Sim, eu não podia mas ouvi. Me contem o que está acontecendo, quero saber o que vocês fizeram. 

A diretora foi até uma das estantes da sala, revirou alguns livros e jogou na carteira em frente a Heitor um livro de capa vermelha, sem título nem autor, apenas com uma cruz, com medidas iguais do centro às pontas, em bronze e com uma pedra da cor do vinho no centro dela, em forma de gota. 

-Temos que conversar seriamente sobre a Trai Rubinus. Nada do que dissermos pode sair desta sala, ou muita gente vai se machucar. Você entende isso, Heitor? - Perguntou a diretora, olhando nos olhos do garoto. 

-Sim, entendo.

-Ótimo. O que você sabe sobre relíquias e maldições?