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Cinco Passos

Cinco Passos - Capítulo XI


-Beatriz, o que estamos fazendo aqui?! - Disse Leonardo. - Você sabe que não podemos entrar em cemitério!

-Vocês não mas eu posso! Julio, vem comigo. Não tenha medo. Vamos torcer para que ele não tenha feito nada demais. - Disse Beatriz.
Dizendo isso, Beatriz me puxou com força para dentro do cemitério. Na entrada, um portão de ferro preto, no estilo colonial. Pela hora, o portão já estava fechado. Eram seis e meia da tarde, e o horário de funcionamento era ate as cinco. 

-Fechado. O que faremos Beatriz?

-Fechado uma ova! Os funcionários ainda estão saindo. Vem.

Nos escondemos ao lado do portão negro. Olho para trás e vejo Leonardo e Felipe parados na esquina contrária ao cemitério conversando. Passados dois minutos, uma mulher vestida de colete branco tal qual os médicos sai do cemitério. Ficamos imóveis enquanto a mulher ia em direção ao carro.

-O portão ta encostado só. Vamos Julio.

Beatriz abriu o portão e entrou. Segui-a. Assim que coloquei o pé no primeiro metro do lugar, me ocorreu uma sensação estranha. A sensação que me ocorreu foi intensa. Toda vez que você pisa em solo sagrado, um calafrio percorre seu corpo. Logo na entrada, nos deparamos com várias estatuetas, porém a mais bizarra era o que parecia ser um criança de não mais que quatro anos chorando.

-Não é hora de admirar obras de arte, Julio. Temos que ir até o Lucas agora!

-Por que tanta pressa?

-Sem ajuda, ele vai perder a alma para sempre. Só isso. - Disse Beatriz.

Começamos a correr pela rua do cemitério. Ao passar pelos túmulos, vi algo que não gostaria de ver. A maligna criatura negra estava, como se fosse possível a ela, sentada num túmulo alto com algo nas mãos.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

-O que foi Julio?

-Aquela coisa! Eu já vi aquele monstro duas vezes, e agora de novo! - Gritei enquanto tentava manter o passo.

-Não vai te fazer nada! É apenas um Mercador de Almas! Agora se não se importa, pare de fazer perguntas por enquanto.

Continuamos a correr até que nos escondemos atrás de um túmulo, perto de uma praça grande. No centro dela, erguia-se uma capela negra. Em frente a porta, Lucas estava deitado aparentemente imóvel.

-Ele morreu? - Perguntei, com a voz abalada.

-Morto ele está faz horas. - Disse Beatriz.

-Como assim?

Nesse instante, notei a aproximação da criatura. Pude finalmente reconhecer o que ele trazia a mão: uma flauta branca. Porém parou de se aproximar de repente. Então, vejo Beatriz mexendo a boca rapidamente e sussurrando palavras estranhas e irreconhecíveis.

Então, o tal Mercador de Almas aparentemente ficou irritado e sumiu no ar.

-Vamos, temos que fazer um círculo! Tome isto. - Disse Beatriz me entregando um pedaço de giz duro. - Risque um círculo no chão que seja suficiente para nós três. Rápido!

Peguei o giz e, enquanto desenhava o circulo, Beatriz foi recitando outras palavras. De repente, o recém formado círculo ganhou um leve brilho esverdeado. Então, a criatura surgiu na minha frente, do lado de fora do círculo. 

-Não é a ele que você quer Mercador! - Disse Beatriz.

-Alma... 

-Vá buscar em outro lugar! Otrek salle im atop, totum tuo mandrek valla!

Uma névoa densa atingiu o cemitério. A criatura começou a rodopiar e gritar com uma voz gutural e desapareceu.

-O... o que aconteceu aqui!? - Perguntei, com medo.

-Quieto. Me ajude a levar essa coisa! - Disse Beatriz, se referindo a Lucas.

Beatriz pegou os braços de Lucas, enquanto peguei-o pelos pés. Levamos ele para trás de um túmulo grande, que nos serviu de abrigo há pouco.

-Chega, agora eu falo. Me explica o que está acontecendo! - Gritei.

-Como quiser. Por onde quer que eu comece?

-Me explique quem, ou o que, são vocês.

-Bom... Leonardo, Lucas e eu pertencemos a um clã chamado Volle Maan. Somos um clã antigo, proveniente da Holanda e estamos ligados a práticas sobrenaturais.

-Sobrenaturais de que tipo?

-Bom... No nosso clã, nossas funções são definidas assim que nascemos. E ao atingir uma certa idade, somos incumbidos totalmente desta função. Eu fui designada para ser uma Wicca e ajudar na proteção espiritual do clã, enquanto Leonardo e Felipe ficaram como proteção ao plano físico. Eles foram designados para serem Vampiers, ou vampiros. Entendeu?

-Entender é diferente de aceitar! O que mais? - Falei, visivelmente irritado.

-Sendo eles vampiros, não podem pisar em solo sagrado. Se pisarem, irão ficar iguais aquelas estátuas ali. 

-E o que aconteceu com o Lucas?

-Hoje de tarde, fomos até sua casa. A intenção era fazer uma visita normal como qualquer outra, porém assim que chegamos vimos dois carros pretos e decidimos não entrar. Ficamos espiando. Então, notamos algo vindo de uma das janelas do segundo andar. Conseguimos escalar a parede e entramos pela janela. Seu pai estava recitando umas palavras estranhas, que me pareceram ser feitiços do sul, coisa que eu não entendo. De repente, o peito do homem começou a abrir como se algo estivesse saindo de dentro dele. Então, Bianca e Lucas abriram a porta e se depararam com a horrorosa cena. Como não sabíamos se eram amigos ou não, Leonardo e Felipe tiveram o instinto de atacar e proteger. Porém Felipe foi longe demais e acabou mordendo seu amigo no pescoço. Enquanto isso, seu pai simplesmente evaporou. Suspeito que a alma dele esteja perdida, para sempre.

-Meu pai... Não há mais nada a fazer por ele então. E Lucas? Ele vai virar um vampiro? - Falei.

-Já virou. Pisar em solo sagrado era o ultimo requisito para que a transformação estivesse completa. 

-Ultimo requisito? Como assim? - Perguntei.

-Bom, para que não haja vestígios de humanidade num vampiro, são necessárias algumas etapas. Primeiro, ele deve ser mordido por um legitimamente transformado, ou seja, por alguém que foi incumbido de ser vampiro, como é o caso do Leonardo e do Felipe. Em segundo lugar, o corpo esfria uns dois ou três graus e perde um pouco da cor. Após esses dois estágios, a criatura precisa se alimentar da primeira fonte de sangue que achar. Por fim, tendo se alimentado, ela ruma para o primeiro cemitério que achar. Mas nada disso adianta se não estivermos em uma Lua Negra. Lua Negra é o período entre duas luas cheias em que o dia seja seguido. Este ano, a lua cheia de Junho caiu numa segunda feira, dia quatro. E a lua cheia de Julho caiu numa terça feira dia três. Ou seja, é o período em que novos vampiros podem ser criados. Teremos três este ano.

-Só isso?

-Ainda tem muito mais para falar, mas agora não da. Temos algo mais importante a fazer.

-O que? - Perguntei.

-Fugir daquele cara. - Disse Beatriz apontando para o homem de traje preto que estava do outro lado da praça. O rosto conhecido me fez estremecer perante a carranca que estampava sua cara. Padre Ignácio estava de pé do outro lado da praça olhando fixamente para nós com ódio no olhar.