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Fonte de Sangue

Fonte de Sangue - Capítulo 5



Assustados com o ocorrido no dia anterior, Vitor e Bento decidiram que o melhor seria vascular a mata envolta à casa e ver se achavam alguma coisa. Decidiram, e fizeram.

-Bento, pegue aquele facão e me mostre onde o corpo da garota foi achado. Vamos resolver isso ainda hoje.

-Patrão, isso não uma boa ideia. - Disse Bento. - Vasculhar a mata é perigoso, o terreno é muito acidentado e escorregadio...

-Não importa. Não quero saber como o terreno é, eu só quero proteger minha família. Vamos.

Embrenhados na mata há uma hora, Bento e Vitor procuravam qualquer coisa parecida com uma fonte, até que acharam uma forma amarela grande, com alguns furos. Parecia uma esponja, e dela saiam tubos. Como se não bastasse aquela coisa no meio do mato, ela ainda se mexia, parecendo que estava sugando e empurrando algo. Parecia que estava bombeando algo.

-Santo Deus, o que será isso?

-Eu falei que não era uma boa ideia vir pra cá. Nunca vi esse troço. Vamos sair daqui.

Mais alguns minutos de caminhada e Vitor e Bento foram parar num paredão de rochas. Talvez dez, quinze metros de altura. Estava recoberto de limo e orquídeas, mas o que chamava mais atenção era a construção de pedra no centro. A fonte era feita de mármore branco liso, com uma cabeça de leão no meio e dos lados as esculturas de dois anjos. E na concavidade da fonte, um liquido vermelho rubi. Sangue.

-Meu Deus, não é possível! A história é verdadeira! E agora, o que faremos?

-Você eu não sei, mas eu avisei para não entrar na floresta! - Disse Bento, dando uma paulada na cabeça de Vitor, que caiu desfalecido.

Na casa do sítio...

-Michelle, tive uma ideia! Vamos fazer um piquenique? 

-Não sei... sair de casa não me parece uma boa ideia.

-Ah, não vamos tão longe assim! 

-Está bem. Vamos! - Disse Michelle, sorrindo para Bianca.

As duas garotas pegaram uma cesta pequena e foram até a cozinha.

-Meninas, o que estão aprontando? - Disse Liliane, chegando à cozinha com algumas roupas.

-Vamos fazer um piquenique, dona Liliane. 

-Ah, essa é uma boa ideia, Michelle. Vou ajudar vocês. 

-Obrigado mamãe!

Depois de fazer alguns sanduíches de queijo e presunto, Liliane terminou a cesta de piquenique com algumas frutas e suco de uva. Tudo pronto.

-Prontinho garotas! Não voltem tarde, hein!

-Pode deixar mamãe. 

As duas garotas caminharam durante poucos minutos, até chegar a uma clareira. Colocaram a cesta no chão e começaram a conversar. Surpreendentemente, a manhã limpa daquele domingo se transformou numa manhã nublada e fria.

-Nossa, que viada no tempo!

-Mi, acho melhor a gente voltar para casa. Vai começar a chover agora!

-Ahhhhhh!!!!!! - Um grito de mulher, vindo da casa do sítio.

-Mãe!

Chegando na casa, estava vazia. Nenhum sinal de Liliane, nem de Vitor, muito menos de Bento.

-Bianca, estou com medo! Cade Liliane?

-Não sei. Vamos chamar a polícia! - Bianca se dirigiu ao telefone e discou 190. - Mudo. Aqui não deve pegar celular também. Meu Deus, me ajude! Quer saber? Cansei!

-Bianca, o que você vai fazer? Cuidado!

-Vou fazer o que ninguém teria coragem de fazer! Vou acabar com essa história agora! - Disse Bianca, pegando uma faca e saindo da casa.

Perdidas. Talvez esta não fosse a palavra certa, afinal, a mata ao redor da casa não era assim tão grande. Andaram até se cansar, e acharam um paredão de pedra. Dez, talvez quinze metros. No centro, uma fonte em forma de leão, com dois anjos do lado. E no centro, sangue. Da boca do leão, saia o sangue que alimentava a "pia" da fonte. Ao lado da tenebrosidade arquitetônica, uma mulher de vestido verde claro, rasgado e sujo, com a pela queimada e com bolhas olhava para as duas garotas. Em sua mão, uma faca de cozinha.

-Que-quem é você? - Gaguejou Bianca, mas a mulher nada respondeu.

-Ela é Elizabeth Figueredo. - Disse Bento. Ao lado dele, Liliane e Vitor estavam amarrados, com os olhos cheios de lágrimas.

-Bento?! O que você está fazendo aqui?

-Não interessa! Calem a boca que agora vocês vão sofrer!

-Amor... acalme-se. - Disse a assombração ao lado da fonte. - Conte primeiro a nossa história.

-Está bem. Quatro de novembro de 1811, dez da manhã. Eu estava limpando o mato ao lado da mansão. Sim, eu estava limpando. Eu vivo ao lado de meu amor desde aquelas épocas. Enquanto eu estava limpando, ouço um cheiro de queimado vindo da cozinha. Uma das cozinheiras se distraíra e deixou óleo cair num monte de lenha. Um incêndio se iniciara, e consumiu a mansão em pouco tempo. Os cinco filhos dos Figueredo haviam morrido, e só Elizabeth sobrara, pois cuidava do jardim. Assistimos a cena horrível impotentes. O Coronel Machado fora chamado ao quartel para assinar alguns papéis, e levara Dona Beatriz para passear. Quando chegaram, ficaram horripilados. Alguns dias depois, uma ordem de construção de uma nova casa fora feita, e em Janeiro de 1812 a pequena residência estava pronta, porém coisas estranhas aconteciam. Os patrões, desconfiados da filha, vasculharam suas coisas e acharam o livro sagrado das Helas. Nele, havia uma página marcada, que indicava uma receita para rejuvenescimento. Sangue! O sangue fresco de algo carregava sua alma. Se alguém absorvesse essa alma, teria sua juventude de volta. Furiosos, mandaram prender a filha e esconderam o livro na casa. Mas meu amor não deixou barato. Voltou no dia quinze de Abril e matou os pais, absorvendo sua alma. Desde então, eu vivo ao lado dela, trazendo almas para que ela se mantenha viva. Com ela viva, eu fico vivo, e podemos viver para sempre. E agora, verão o sofrimento que precisamos causar por uma injustiça.

Neste momento, Elizabeth pegou um livro de capa preta, e abriu-o, começando a recitar palavras desconhecidas. O céu começou a escurecer, e trovões foram ouvidos. Com uma faca, Bento segurou a cabeça de Vitor e cortou sua garganta, começando pelo maxilar esquerdo, passando pela traqueia e chegou a jugular. Mesmo com o corte, nenhum sangue saiu, mas o corpo de Vitor caiu inanimado. Na fonte, um filete de sangue surgiu, e gradativamente foi aumentando, até virar um jato. Sangue fresco alimentava a fonte, e Elizabeth não perdeu tempo. Aumentou o tom das palavras e o feitiço começou. Uma névoa branca começou a sair da fonte, e Elizabeth absorveu-a. Os olhos ficaram negros, a pele retraída e os cabelos eriçados. Era uma cena horrível!

-Pai! Não!!!!!!!!! Socorro, alguém me ajude!

Neste momento, Elizabeth olhou para Bianca. Algo no olhar dela demonstrava assombro e desconfiança. Segundos depois, esse assombro se confirmou. Atrás das garotas, uma projeção espectral se fez vez, e fantasmas surgiram. Algo grande estava para acontecer.